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JÁ IR - MEU PRIMEIRO CURTA-METRAGEM COMO DIRETORA E ROTEIRISTA


Curta-metragem Já Ir, de Marina Palmero Butolo.
Parte da equipe do curta-metragem Já Ir - Pra mim, uma das fotos de equipe mais bonitas 💖 Foto: Michael Willis

curta-metragem Já Ir, Marina Palmero Butolo, cinema, Kino-Olho.
Outra parte da equipe linda do curta-metragem Já Ir 😍 Agora meu meu avô Dodô que foi figurante, minha tia Luciane que foi atriz e minha prima Beatriz.

Já Ir foi o primeiro curta-metragem que escrevi o roteiro e dirigi, claro, também dirigi a arte. A ideia do curta-metragem Já Ir surgiu enquanto eu participava do Festival de Cinema Curta Cinema, na cidade do Rio de Janeiro, representando o curta-metragem A Moça Que Dançou Com o Diabo, que assino direção de arte, figurino, produção de set, e acho que é isso hehehe.

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Ao assistir aos filmes durante o festival me

veio a ideia de fazer um curta-metragem que falasse sobre o processo do final da vida, que nada mais é do que toda uma vida, e para isso, me inspirei na minha tia-avó Jair, que passava por esse processo, estando já há alguns anos vivendo entre o seu inconsciente e consciente.


Logo que tive essa ideia, já lembrei de uma foto da minha tia Jair em um carnaval, lá pelos anos 40, que eu sempre achei linda, e assim, decidi começar trabalhar com a temática do carnaval, e tive, a que considerei brilhante, ideia de usar imagens dos arquivos em VHS de vídeos da minha família.

curta-metragem Já Ir foto de Jair em um baile de carnaval.
Foto da minha tia-avó Jair em um baile de carnaval lá pelos anos 40. Detalhe para o tubo de lança perfume em suas mãos!

Bom, desde então passei o festival inteiro pensando nesta ideia de curta. "Talvez" por ser diretora de arte e figurinista, logo comecei a pensar no figurino da Jair jovem no baile de carnaval. Lembro que tinha pensado em um vestido no estilo deste da foto original, porém com a saia em cores primárias, que na minha cabeça, conforme atriz rodasse ela viraria um Disco de Newton... coitada da atriz... atriz que obviamente neste momento ainda não sabia quem seria, quem toparia participar dessa ideia doida sem ganhar um real.... quem... porque não minha irmã? 😅 Lembro de ligar para ela lá do aeroporto Santos Dumont. A resposta? Ela me ajudaria em qualquer outra coisa, mas atuando.... imagina.. hahahaha Teria que arrumar uma atriz!


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Anotações que diz no dia 07 de novembro de 2016, lá na cidade do Rio, do que viria a ser um roteiro.

Voltei para Rio Claro e contei para minha mãe (que sempre apoia as minhas ideias doidas) a ideia deste curta-metragem. Como tínhamos o costume de visitar minha tia todo sábado, já estava me organizando para no próximo já começar a filmar alguma coisa com meu celular. Lembro da ideia de filmar as gotas de soro pingando, das veias que saltavam na pela fragilizada pela idade... Se não me engano, contei para minha mãe em uma segunda-feira ou terça-feira. Na quinta-feira minha mãe disse que iria visitar minha tia e me convidou, porém naquela tarde eu tive um compromisso de trabalho (nunca mais vou esquecer) e disse que iria no sábado mesmo.


Agora vem o ponto de virada na história 🙄 (Pensando bem, eu poderia escrever um roteiro da ideia deste roteiro...)


Na sexta-feira pela manhã, estou eu dormindo no meu quarto na casa dos meus pais (na época morava com eles), quando minha mãe ou meu pai, não lembro, entra no meu quarto me acordando e avisando que tia Jair havia falecido. Como comentei, fazia anos que ela estava nesse estágio de ir ou não ir, falando o português claro, morre e não morre, então, a primeira coisa que pensei foi "tinha que morrer agora tia? E meu filme?" 🤔 Bom, sem pensar muita coisa, me troquei, peguei o celular e fui para o velório. Eis que tive o que considero mais uma brilhante ideia, talvez ainda mais brilhante, de filmar o velório e enterro da tia Jair, afinal, meu filme não falava sobre vida e morte? Depois eu adaptava o roteiro, só precisava garantir as imagens, porém, seria praticamente impossível, em cima da hora, chegar com uma equipe de filmagem... teria que filmar tudo com meu celular e de forma cautelosa, para não falar escondida. E assim começou a ser filmado as primeiras imagens do curta. Depois me perguntaram se havia me inspirado no documentário curta-metragem dirigido pelo Glauber Rocha que se chama Di Cavalcanti, que nada mais é do que o velório e enterro do Di Cavalcanti. Confesso que na época, com pouquíssimo tempo no cinema, nunca nem tinha ouvido falar, então não sabia se era melhor mentir e falar que sim ou se confessava que nunca tinha ouvido falar... dai eu respondia isso, que poderia mentir, mas nunca tinha ouvido falar! Hahaha agora já assisti várias vezes e recomendo!

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Print screen de uma das cenas filmadas no velório da Tia Jair. Essa na verdade nem foi usada no curta... daria para fazer outro curta...

No começo eu tive toda cautela durante as minhas filmagens, mas no primeiro cafezinho minhas tias já questionaram o que eu estava fazendo com o celular, e eu e minha sinceridade nos entregamos e contei todo o plano. Tomei bronca? Não! Elas e minha mãe, que já sabia do plano e estava apenas disfarçando, começaram a me dirigir. Era o tempo todo "Marina filma aqui, Marina filma isso, ...." O problema, é que depois disso, até hoje, todo velório que eu vou as pessoas me perguntam se eu vou filmar... e perguntam animadas ainda 🙄 Dai eu tenho que explicar que eu escrevo filmes sobre assuntos diversos, não apenas sobre morte ou velórios.... 😁

Além das pessoas do Kino-Olho do ano de 2017, também nunca posso deixar de agradecer a A Banda Sinfônica União dos Artistas Ferroviários de Rio Claro que tocou no curta junto a cantora Araci Stein e a Escola de Samba SAMUCA, aqui de Rio Claro, que emprestou (literalmente) uma KOMBI de fantasias! Aliás, agradeço tb a loja do tio do Landi, meu companheiro, a FonteLuz hidráulica que emprestou a Kombi!


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Eu e Landico na Kombi com as fantasías e decorações emprestadas pela Samuca.

Mais curiosidades da produção?

Bom, quando chegamos para filmar no velório, bem do lado do túmulo da minha família onde minha tia foi enterrada e iríamos gravar a cena final do curta, estava acontecendo um velório, tanto que no filme podemos ver um túmulo cheio de coroas e flores.... Daí não teve jeito, a gente é meio doido mas tudo tem limite, não dava para colocar a atriz dançando "Bandeira Branca" em alto e bom som ao lado de um enterro né? Se fosse o da minha tia eu ia curtir e filmar hahahaha Eu poderia ficar horas e horas escrevendo sobre este curta onde tanto aprendi! É a melhor direção que já fiz? NÃO! NUNCA! Tem vários erros, e cada vez que assisto vejo mais erros, mas é com certeza um trabalho que tenho imennnssssoo carinho ❤💙💛💚🧡❤ Foi um novo começo na minha carreira no audiovisual que ainda estava no começo 😁 Só tenho que agradecer a todos que participaram direta e indiretamente deste projeto, que sem nenhuma dessas pessoas ele teria acontecido tão lindamente como aconteceu, e claro, em especialíssimo a minha tia Jair, que eu as vezes fico pensando se vou tomar bronca ou não quando a gente se reencontrar lá do outro lado... Depois vou pegar uma foto minha com minha tia Jair para postar aqui! Obrigada e mais obrigada pessoal! Vocês vão morar eternamente no meu coração 😍








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